UMA PRIMAVERA OBSCURA
- Dione Castro
- 26 de set. de 2018
- 2 min de leitura
A que ponto chegou. Conviver com outras pessoas têm se tornado um enorme desafio. Aquilo que era feio deixou de ser. O exercício de “não-violência[1]” está em um patamar inimaginável. Onde está a humanidade das pessoas? O que leva uma pessoa dizer a outra, palavras chulas por causa de uma “barba”? Observa-se o quanto estão carregados pelas paixões.
O florescer do ódio ao invés do amor tem-se tornado - uma primavera obscura - comum nas ruas. Ou melhor, nas ruas e, sobretudo nas redes. Para expressar pensamentos atualmente é preciso muita coragem e paciência, pelo fato de não haver espaço para debates. O que há é um “evacuar” de intolerância e violência se manifestando através de lutas corporais e palavras baixas.
Se expressar pensamentos é preciso ter coragem, discordar então depende de quanto ama a sua vida. Querem minimizar as queixas, mas o que se passa nesse momento não é brincadeira. Precisamos olhar para as pessoas e respeitá-las. Não é plausível ser hostilizado ou hostilizar pessoas que pensam diferentes.
É necessário discernir. Já pensou que defender a divisão do país entre um polo e outro por questão de cultura ou pensamento é uma conduta racista[2], sobretudo fascista. E se você fosse do outro polo, como sentiria? Viver em sociedade demanda equilíbrio. Não somos na realidade donos de nada, tudo que aqui está é de todos. Melhor dizendo, somos parte do todo não donos do todo.
Dione Castro
26/09/2018
[1] “Não violência significa evitar causar dor a qualquer ser em pensamento, palavra e ação. Com egoísmo e autointeresse, o homem não experimentará esta estimável virtude. Todo o mal nasce do senso de “Eu” e “Meu”. Estes traços só podem ser eliminados através do desenvolvimento da pureza de pensamento, palavra e ação”.(Sathya Sai).
[2] CONSTITUIÇÃO FEDERAL 1988, art. 3, inciso XLI, c/c art. 5º inciso XLI.
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